por Ana Lucia Vieira Santos
Se pararmos para pensar sobre qual influência os astros podem ter sobre nossas vidas, precisamos parar e pensar sobre quem somos e onde estamos, não só filosoficamente, mas fisicamente também. O que é o ser humano? Simplesmente uma parte do cosmos, do todo; se encontramos moléculas de água em galáxias distantes, porque não percebermos que também em nós mora essa mesma essência da vida? Há nas estrelas componentes químicos que fazem parte de nosso equilíbrio orgânico; há na aparente dança dos astros uma lógica muito maior do que aquela limitada e menor que só podemos perceber com os nossos “limitados” cinco sentidos e com o pequeno cérebro que a raça humana desenvolve nessa aurora de vida que corresponde ao aparecimento de sua espécie na Terra. Já está provado que se a Terra existisse em um determinado período, o Ser Humano estaria aqui presente somente há alguns minutos…
Tomando como base esse pensamento, podemos encontrar muitos reflexos e parâmetros em várias situações que envolvem aqueles que vivem na Terra. O que é o Ser Humano além de seu físico? É alguém que tem em si a divindade interiorizada também, mas que em sua aprendizagem espiritual, precisa saber lidar com os elementos da vida; e onde se passa esse processo? Para uma determinada fase de consciência é aqui na Terra que esses elementos se encontram e permitem uma experiência rica e fértil. Se somos mente e espírito, qual não será a sensação de “encarnar” em um corpo finito, em algo que constantemente se deteriora, mas que só com ele você poderá realizar sua missão?
Pensem na realidade limitante que o Tempo traz para o Espírito e como, às vezes, o não saber encontrar respostas rapidamente pode nos levar a repetir continuamente o mesmo processo, por vivências sucessivas e às vezes sem sucesso… No momento do nascimento tomamos contato com esses elementos e ao mesmo tempo nos contatamos com tudo o que está no Universo; mesmo que vejamos só uma parte de tudo, ao termos a matéria nos revestindo, estaremos também sofrendo as mesmas influências que elas sofrem no universo; a presença da percepção e da sensação física nos liga àquilo que podemos chamar de busca pelo equilíbrio para uma vivência consciente e harmoniosa e não é a falta de elementos que pode comprometer uma vida bem – sucedida, mas a falta desse conhecimento é que pode atrapalhar essa realização.
Aí a Astrologia pode ser uma ferramenta eficaz e completa. O que é um mapa astral? Simplesmente o retrato celeste do momento de um nascimento: nele você fica sabendo quais foram as ferramentas e armas de que o seu Espírito se equipou para ingressar aqui na Terra e viver.
Tal qual antigos mergulhadores que precisavam de escafandros para penetrar no mar e conhecer seus mistérios, como seres cósmicos precisamos de um equipamento onde teremos registrado não só os talentos, as capacidades, mas também as heranças, as combinações genéticas, o perfil psicológico e, porque não, a meta e o propósito da Eterna Sabedoria que ele, como Espírito, está procurando.
Se o Ser Humano for capaz de identificar sua bagagem no momento do nascimento, ele pode saber também para onde está indo e qual a meta que tem para si. Nesse ínterim a dimensão dos problemas se torna diferente e o que antes poderia ser visto como um obstáculo ou empecilho pode ser compreendido como um grande amigo no seu caminho de desenvolvimento de capacidades e percepções especiais.
A Astrologia pode se aliar a outras ciências como a Psicologia, dando dados importantíssimos na análise e interpretação de conflitos e tensões no momento da formação deste ego que nasce. Sabendo dos processos que levaram a um nascimento, poderá ser encontrado, através das progressões e dos trânsitos planetários, tudo o que aquela alma poderá experimentar em sua vida. Isso entregue aos pais já no momento do nascimento poderá facilitar muita coisa em sua educação e orientação desde o princípio. Inclusive problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais, terão uma facilidade maior para serem trabalhados, então.
O Ocultismo tem na Astrologia uma linguagem conhecida e confiável também: por quê? Porque desde a mais remota Antiguidade, quando o Homem ainda não se sabia divino, ele respeitava a Divindade que via e acompanhava nos Céus, e nesse caminho pôde coletar dados e informações que serviram de guias para muitos que já passaram por este planeta. No entanto, talvez por termos nos afastado desses conhecimentos ancestrais, devido ao processo racionalista que envolveu a humanidade, onde a mente lógica imperou sobre a intuição, a Astrologia passou a ser vista com uma ciência ligada a fraudes e misticismos.
Isso fez com que perdêssemos a possibilidade de usar essa bússola no caminho de nossas existências. Mas os tempos mudaram e hoje já há um pensamento holístico envolvendo todo o planeta, integrando velhos conceitos com formas novas de expressão. Onde antes havia uma imersão em falsos mistérios e tradições veladas, hoje já se procura aliar o conhecimento natural e o contato com sabedorias antigas como a melhor maneira de prevenir e evitar desequilíbrios; haja vista como a ayurvédica está se ampliando em nossa mídia, reunindo antigos pensamentos da filosofia hindu com as mais modernas concepções físicas dos últimos séculos.
Vendo a Astrologia como uma linguagem antiga que transcendeu muitas eras aqui na Terra, podemos perceber que ela também evoluiu e que suas interpretações passaram por processos de lapidação e leveza, iguais aos mecanismos que transformaram os pesados escafandros antigos em roupas práticas e leves para o mergulho.
Para que isso acontecesse, foi preciso que o Ser Humano tivesse uma adaptabilidade maior por novos elementos significativos na busca de seu caminho aqui na Terra. Numa atitude desprendida, consultando os dados do momento de seu nascimento, a própria pessoa será capaz de acompanhar seus passos na vida, sabendo o que estará para encontrar pela frente, o porquê de determinados acontecimentos e principalmente como viver esse processo da melhor maneira possível para seu próprio crescimento pessoal.
Essa possibilidade seria, então, uma ferramenta de libertação de pressões e angústias frente ao uso do livre-arbítrio tão constante em nossas vidas. E quem não se sentiria feliz em se saber dono de sua própria vida, ao usar sua mente para resolver suas questões cotidianas e não sendo escravo de acontecimentos inesperados?
Esta é a possibilidade de orientação que a Astrologia pode trazer para todos nós.
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