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Vera Saldanha:
(continuação)
Maslow diz o seguinte: “Eu estou denominando como experiências culminantes esses fenômenos que podem ocorrer espontaneamente ou que podem ocorrer nas religiões, mas para que isso não seja confundido com experiência mística, estou dando o nome de experiência culminante.” Aqui você tem esses critérios para legitimar experiências espirituais que são válidos até hoje.Podemos encontrar alguns referenciais de James em vários sites. Existe uma Fundação Willian James que tem um histórico fantástico de todo o trabalho dele. Nós poderíamos, assim, afirmar que James foi o primeiro precursor da Psicologia Transpessoal. Então, a Psicologia Transpessoal não é um modismo que surgiu agora com esses fenômenos de nova era, de esoterismo, de auto-ajuda. Não, a Psicologia Transpessoal tem seus princípios assentados desde o início, a consciência era um objeto de estudo quando a psicologia se separou da filosofia. E aí o que aconteceu: a morte de James em 1910 e, posteriormente, a emergência de Watson, que baniu tudo aquilo que pudesse ser considerado subjetivo.Se você observar hoje, mesmo na psicologia contemporânea, esse movimento de retorno da subjetividade é um forte viés. Nessa construção, no resgate desses aspectos essenciais do desenvolvimento do ser humano, é fundamental se alargar, se colocar um olhar profundo, uma lente de aumento nessa subjetividade e identificar que existe uma dimensão de transpessoalidade no ser, que é inerente a nossa natureza, que não é uma transpessoalidade vinculada a uma instituição, a práticas religiosas, não. As religiões, posteriormente, focaram a espiritualidade, fizeram a mesma cisão que a ciência: “Olha, nós vamos cuidar do espírito, a ciência cuida da matéria.” E a ciência: “Eu vou cuidar da matéria e vocês cuidam do espírito.”